Frescurinha

Tutorial pra não ser trouxa no dia da mulher

pare de ser trouxa

Hoje, 8 de março, dia da mulher. Cansada de ouvir comentários como: “-Eu não ganho um abraço pelo dia do homem, não vejo sentido no dia da mulher”, ou “Esse negócio de feminismo é muito vitimismo, as mulheres são as coitadinhas, nada pode, tudo é machismo” escrevi o seguinte texto no meu facebook, mas achei válido compartilhar por aqui também.

Tutorial de como não ser trouxa no dia da mulher (e nos outros dias também):

1. Pesquise no google a origem da data.

Tá aqui, já pesquisei pra você.

2. Se você entender o significado disso tudo, acredito eu, que você não ficará se lamentando por não ter uma data tão celebrada para o homem. Mas se você ainda achar injusto, eu te dou uma flor.

Pronto?

3. Se você não faltou às aulas de interpretação de texto entenderá que quando falo de mulheres que passam por x ou y, não quero chorar as pitangas, querendo me fazer de vítima. Bancar a coitadinha…Mimimi pobre moça.

Quando falo em mulher, não estou pensando só no meu umbigo, falo de nós.

Não existem “as outras” que sofrem em relacionamentos abusivos, que ouvem comentários referentes ao seu corpo ao ir ao supermercado ou na padaria da esquina.

Não existem “as outras” que apanham por não ter feito o que alguém esperava que fizesse só por ser mulher.

Não falo das “outras” que deixam de fazer algo porque são mulheres.

Não falo “daquelas” que não viajam apenas entre mulheres por medo, ou daquelas que ousaram e foram violentadas.

Não falo “daquelas” que apanham pois não colocaram sal o suficiente na comida.

Não falo “daquelas” que recebem menos pelo seu trabalho, mesmo tendo o mesmo grau de instrução, ocupando o mesmo cargo.

Não falo “daquelas” que são apontadas como culpadas de estupro pelo shortinho que usavam.

Não falo “daquelas” que tem o mesmo pai que os seus filhos.

Não falo “daquelas” que são impedidas de estudar para cuidar dos irmãos.

Não falo “daquelas” que atravessam a rua quando avistam um grupo de homens na calçada.

E nem “daquelas” que são abandonadas com filhos, com a legalidade do aborto paterno. E ainda é taxada, como se isso a diminuísse, “a mãe solteira”.

Não são “as outras”, somos nós!