Frescurinha

Consumo Racional

 

Durante essa semana um caso tomou conta das redes sociais, uma consumidora de calçados comprou uma sandália da marca X, muito conhecida por calçados bonitos, de design exclusivo e de alto valor agregado e voltado a um público de poder aquisitivo mais alto. Então a palmilha soltou, até aí ok, isso pode acontecer com qualquer calçado (não deveria, mas acontece). Porém a surpresa foi ver que sob a palmilha da marca X surgia o nome da marca Y, que ao contrário de X é voltada a um publico que não quer ou não pode pagar pela X.

 

A marca X acabou assumindo que durante a fabricação fora usado um material também usado por Y, muito comum em fábricas de calçado. E o resumo da ópera foi: A consumidora levou gato por lebre. Nem estou falando de qualidade, ou falando do preço, me refiro ao valor.

O príncipe virou sapo, a carruagem virou abóbora e o encanto se quebrou assim que o sapatinho descolou. Uma pena, pra marca e pra cliente que vivia feliz o seu conto de fadas. 

 

 

A Ilusão é deliciosa

 

Uma conhecida proprietária de um bar aqui na minha cidade, comentou que tal cerveja não vendia por R$18, mas quando ela aumentou o preço pra R$31 a cerveja se tornou um sucesso. Sim, a mesma cerveja.

 

Assisti na semana passada a um programa no Discovery Channel onde dentro de uma máquina que analisava o comportamento cerebral um homem recebeu duas doses de vinho. Uma com o preço de 10 e outra com o preço de 90 dólares. Ao beber o que lhe informaram custar 90 verdinhas era ativada uma área específica relacionada ao bem-estar e satisfação. Porém um detalhe: Ele tomou o mesmo vinho de 10 dólares nas duas fases do teste.

 

Mas quantas vezes isso acontece e nem nos damos conta? Seja na loja de sapatos, de perfumes, no supermercado, ou até mesmo na farmácia?  Compro o outro pois a atriz x usa? Ou porque a blogueira y ama? Ou porque realmente eu não compraria o outro?  Eu sei, é muito mais emocional do que necessária esse tipo de compra, e admiro marcas que conseguem tocar o cliente, tornando o nem tão necessário, algo de muito desejo. Claro que nesse jogo da hipnose, um deslize pode ser definitivo para o relacionamento com o consumidor, que foi o motivo pelo qual tanto se falou no tal sapato que descolou.

 

Consumo Racional

 

Eu arrisco dizer que você tem 2 caminhos dentro desse universo sombrio e ao mesmo tempo delicioso do consumo e da publicidade:

Opção 1: Se deixe levar pela emoção, curta o momento, aproveite e talvez, se necessário estoure o cartão de crédito. Afinal, se a marca lhe vendeu esse universo de encantamento, porque não, né? Claro que esse não é o melhor caminho se você tiver outras prioridades financeiras. É sempre bom ficar atento caso o consumo seja apenas em busca de satisfação pessoal.

 

Opção 2:  Raciocine, analise friamente o que quer comprar, e se preciso for, busque a satisfação que tanto deseja em outras atividades e consuma de forma consciente.

Acho que ficarei com a 2, bom, tentarei, sempre que o meu cérebro besta deixar.

 

Imagem: Delírios de consumo de Becky Bloom.